Mangalarga Mangalarga: abril 2008

quarta-feira, 30 de abril de 2008

REFORMA DA FAZENDA BOA ESPERANÇA

Em 1983, minha mãe reformou a casa da Boa Esperança, e esta reforma se estendeu às cocheiras e às instalações que foram de meu avô João Francisco. Em 1984, meu pai transferiu a tropa da Santa Rita para a Boa Esperança, que passou a ser sua principal residência.
A primeira geração nascida ali, também foi das melhores por ele criada, foi a letra N de seu 2º alfabeto. Noruega, Narceja II, Nairóbi e Nicarágua eram apenas alguns dos que compunham esta geração. A reforma ficou explêndida e nos jardins da Boa Esperança era feita a apresentação dos animais que iam a leilão; da tropa da fazenda, bem como o nosso carrosel equestre comandado pelos nossos amigos Jaime João Tavarez e Marinela e protagonizado pelos seus netos.

JOÃO FRANCISCO

PETULANTE
e João Francisco

DANILO e J.F.D.J.

GAUCHA e J.F.D.J.

FITA e Olimpio Rosa Junqueira.

CHAMUSCA III e J.F.D.J.

AS três irmãs da Boa Esperança (Adélia, Geny e Magdalena) montando: FITA, AFRICANA E IMPRENSA.

João Francisco teve diversas éguas de grande influência na raça Mangalarga, notadamente na tropa de meu pai: Gaúcha, linda égua que deu Fita, que deu Açucena e daí uma infindável lista de conhecidos garanhões e éguas como Maravilha, Sulamericano, Níquel, Almanaque, etc. Chamusca, Imprensa, Seta e Africana também em muito influenciaram a raça Mangalarga.

Pode-se dizer que foi na Fazenda Boa Esperança que a raça Mangalarga começou a tomar formato. Já existia um tipo de cavalo criado pelos Junqueira e alguns outros criadores mas foi João Francisco, meu avô, quem primeiro descreveu suas formas e que a incluia entre as raças de Sela conhecidas. Era um cavalo produzido no trabalho com o gado, nas caçadas ao veado e nas grandes cavalgadas. Era um cavalo baixo, um pouco perto do chão, com os membros meio curtos, ágil, resistente e com um andar macio. João Francisco, tio e sogro de meu pai foi o verdadeiro repositório da história da raça mangalarga, foi o primeiro criador que organizou os seus livros em Stud Book ligando os cavalos que possuia aos seus ancestrais e criando as linhagens hoje conhecidas, muitos anos antes da fundação da Associação Mangalarga em 1934, também foi João Francisco que elabrou a primeira tabela de pontos da raça que norteou a seleção por muitos anos. Em 1944 meu pai achou uma maneira prática de procura rápida das genealogias, usando o conhecimento que meu avô tinha da raça e este trabalho é que nos permitiu realmente conhecer a história, a evolução e a genealogia dos nossos cavalos. Coincidentemente a fazenda Boa Esperança por herança ficou para minha mãe, aí meu pai começou a 3º fase de sua criação, em julho de 1984 ele transferiu a sua tropa da Santa Rita para Boa Esperança.

PRÓXIMA

Da Santa Rita para a Boa Esperança

EM 1983 A FAZENDA SANTA RITA FICOU PARA OS FILHOS, E A TROPA MANGALARGA MANGALARGA SE DESPEDIU E RUMOU PARA A TRADICIONAL FAZENDA BOA ESPERANÇA,BERÇO ORIGINAL DESTE MATERIAL GENÉTICO DESENVOLVIDO POR MEU AVÔ JOÃO FRANCISCO DINIZ JUNQUEIRA.

ALFABETO DOS CAMPEÕES

De Almanaque a Zenith
Meu pai é o sócio 00234 de28/09/45; adotou desde o princípio de sua criação de cavalos o alfabeto para nomear seus produtos, maneira lógica de ordenar e com a vantagem de se saber facilmente a idade do produto. Tamanho foi o sucesso na criação, que ele criou o seu “Alfabeto dos Campeões”, e que diz com orgulho que em cada letra do alfabeto ele criou um ou mais campeões a saber:

Argentino Mangalarga
(Jequié X Noruega por Humaita)
Almanaque Mangalarga
(Feitiço X Narceja por Sheik)
Buriti Mangalarga
Bismark Mangalarga
Beduino Mangalarga
Caruso Mangalarga
Defensor Mangalarga
Dendico Garcia Mangalarga
Estanho Mangalarga
Estimado Mangalarga
Faveiro Mangalarga
Formigão Mangalarga
Glenarra Mangalarga
Humaitá Mangalarga
Invasor Mangalarga
Janota Mangalarga
Jaguar Mangalarga
Jequié Mangalarga

Jupter Mangalarga
Kolibri Mangalarga
Lanceiro Mangalarga
Leguisamo Mangalarga
Leopardo Mangalarga
Minuano Mangalarga
Mandú Mangalarga
Níquel Mangalarga
Nairóbi Mangalarga
Oásis Mangalarga
Petulante Mangalarga
Queluz Mangalarga
Rigoni Mangalarga
Sarandi Mangalarga
Trujilo Mangalarga
Uira-Porã Mangalarga
Vândalo Mangalarga
Xinez Mangalarga
Zenith Mangalarga
Ziloric Mangalarga

FIM dos ANOS SETENTA

Os anos 70 foram a coroação de todo o potencial da tropa
Mangalarga Mangalarga nas exposições de São Paulo e do Brasil.

O Mangalarga de Orlândia

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terça-feira, 22 de abril de 2008

JEQUIÉ, JANOTA E JAGUAR

Almanaque, como reprodutor foi tão bom ou melhor do que como cavalo. Além de Humaitá e Leguisamo produziu Jequié Mangalarga (criado sem mãe) que foi campeão em Ribeirão Preto e pai de inúmeros cavalos como Argentino Mangalarga,Zurich Mangalarga e Duelo FDJ. Almanaque produziu também Jaguar e Janota Mangalarga (1º Campeão da Copa Mangalarga) sendo também Campeão Potro em São Paulo, Campeão Cavalo em Bauru, Reservado de grande Campeão Potro em Ribeirão Preto, e que deixaram óptima produção em diversos plantéis. A Odalisca mãe do Janota foi dada posteriormente para o Beto e na Yporã ela teve óptimos filhos como o Califa e a Estrela.

Jequié Mangalarga representa a combinação de Almanaque com uma irmã própria de faveiro, e possui todo vigor e dinamismo de ambos.

FAVEIRO

Faveiro foi um extraordinário cavalo e reprodutor, além de premiado em diversas exposições. Provavelmente Faveiro ainda vai se tornar um chefe de linhagem, dada a qualidade e a quantidade de seus filhos, como: Kolibri, Nairóbi, Nestle, Narceja II, Mineiro da Estiva, Orfeu, Tigre, Uira, Urso, Uva, Perfume, Vândalo, Xogum, Trigo Monte Belo, Bandurra FDJ, Bagual, Buriti, Pandeiro da Mangueira, Pingafogo e muitos outros. A linhagem de Faveiro vem se perpetuando através dos ascendentes: Rigoni, Niquel, Sheik, Astuto, Colorado e Fortuna.

RIGONI E FILHOS

A exemplo de Almanaque, Rigoni também deixou ótima produção de garanhões como Faveiro Mangalarga, Defensor Mangalarga, grande Campeão Nacional e pai de Fugalaça, este também Campeão Nacional.
Foi pai também de Damasco da Estiva pai de Pote Juja, Bismark Mangalarga, reservado campeão Potro em São Paulo e reprodutor consagrado da Fazenda Santana da Estiva e pai de Arrancado FM. Estimado Mangarlarga também filho de Rigoni, era filho de Narceja; portanto irmãos materno do Almanaque, e também deixou descendentes em diversos plantéis como dos irmãos Baldassari, Olavo Barbosa e da Arlina agropecuária e comercial LTDA.

HUMAITÁ

Humaitá foi o sexto filho da Fortaleza RN, era um lindo cavalo, campeão em Presidente Prudente, Ribeirão Preto e Marília. Sua mãe Fortaleza além de Humaitá, produziu Defensor, Granada, Minuano e muitos outros campeões. Humaitá foi espetacular reprodutor sendo seus filhos: Nearco do Pontal, Noruega Mangalarga, Negrita Mangalarga, Nicaragua Mangalarga, Onadina Mangalarga, Oferta da Estiva, Petulante Mangalarga, Paraguaita Mangalarga, Peixeira Mangalarga, Califa do Sheik, Quebracho do Pontal, Quimera Mangalarga, Matador FS, Nacional FS, Sangue Azul da Estiva, Tuyuti da estiva, Figueirão AJ, Uira-Porã Mangalarga, Quiçaça Mangalarga, Quriri e muitos outros excelentes animais. Era um cavalo muito dócil e inteligente, com muitas habilidades e que podia ser montado por qualquer criança. Aprendeu Alta Escola, com o Jaime João e fez belas apresentações no Mangalargão. Com o mestre Pedro D'Almeida (diretor da Condelaria Nacional Fonte Boa-Portugal) foi a sensação da reprise da Fazenda Boa Esperança EM 1989, morreu ainda novo e foi enterrado na pista da Boa Esperança.

Leguisamo, comercialmente foi o cavalo mais importante que ele criou. Foi vendido para Orfeu José da Costa por U$ 138.000,00 o suficiente para comprar na época 1.300 bezerros nelóre. Foi o ultímo filho da Siriema, que já tinha produzido Rigoni, Batuira, Araponga, Dendico e vários outros campeões. Leguisamo foi também bastante premiado nas exposições, sendo reservado Campeão Potro Nacional em São Paulo, Campeão da prova de Andamento na Semana Nacional do Cavalo, promovida pela CCCN em Bauru em 1982. Foi pai de grandes ganhadores como Nova Granada, Ícaro OJC, Urânio da Boa Vista, Kamandocaia, Irineu da Aroeira, Jásio OJC e Letéia OJC. Serviu em vários plantéis como os de Orfeu José da Costa, Clodoaldo Antonangelo e José walter Ribeiro Porto no Rio Grande do Sul e em todos deixou ótima descendência.
Era um cavalo lindo, com excelente paleta, bom de andar e filho do Almanaque.

ALMANAQUE E FILHOS

Almanaque foi Campeão em São Paulo em 1974, e também foi Campeão Cavalo, Campeão Nacional e Campeão dos Campeões na semana do Cavalo, promovida pela CCCN em São Paulo em 1976 (invicto), derrotando os consagrados campeões Samba JO e também Tropical JO, além de muitos outros.
Almanaque serviu éguas de diversos plantéis e em todos eles produziu animais de elite como o Calendário JO e Bacarat FS. Almanaque morreu muito cedo, deixando apenas 6 gerações, mas deixou muitos filhos de qualidade como Estanho Mangalarga, Estampa Mangalarga, Leguisamo, Humaitá, Jequié, sendo que Leguisamo é até hoje o animal mais valorizado da raça. Almanaque também foi imortalizado em disco com Samuel e Samari em “O Campeão dos Campeões”.

URUTAÍ FS, COLORADO RN e CAPRICHO

URUTAÍ FS, COLORADO RN e CAPRICHO
São três reprodutores, fora da criação e utilizados na tropa. Urutai meu pai ganhou de Fausto Simões e era filho de Itauna (Bazar e Aurora), criola do Rubens Novaes, morreu cedo deixando poucos filhos. Era um cavalo muito bom e participou com brilhantismo da prova de Colina, sendo o 3º colocado .
Colorado meu pai alugou de Olavo Barbosa quando morreu o Almanaque. Ficou por duas temporadas e deixou bons filhos como o Minuano.
Capricho foi comprado potro na exposição em São Paulo, do Dr. Alipio P. M. Oliveira e dos três foi o mais importante para a criação, através de três de suas filhas: Falua, Dalmácia e Batuira, além do Beduíno vendido para Fernão Junqueira.

URUTAÍ FS

COLORADO RN

CAPRICHO

GRANADA HIROSHIMA e IÇÁ

Essas 3 éguas fizeram parte da cabeceira da criação de meu pai, sendo que a Granada e a Hiroshima foram Campeãs Nacional e a Içá muito premiada (mãe do Formigão). Granada produziu Nova Granada, Campeã da 1º Taça Mangalarga em Bauru.

GRANADA

HIROSHIMA

IÇÁ PUITÃ

FORTALEZA

FORTALEZA

Fortaleza foi comprada em um almoço na casa de seu amigo Dr. Alípio Pereira Marques de Oliveira. Durante a apresentação da tropa apareceu uma égua jovem meio chucra, angulosa mas muito bonita, filha do Enigma na Fada (Galante).
Encantou-se com ela e o Dr. Alípio fez a gentileza de abrir mão, visto que acabara de adquiri-la junto com outros animais do criador Rubens Novais. Fortaleza foi extraordinária reprodutora uma vez que foi mãe de: Defensor (Campeão Nacional), Humaitá (várias vezes campeão e reprodutor pai de campeões), Infantaria, Minuano, várias vezes campeão e reprodutor consagrado, Orfeu, Caravana, Granada e Sertaneja.