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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

HISTÓRIA DO CAVALO MANGALARGA

QUICO E EUCALIPTO
QUICO E FARAÓ

GERALDO DINIZ JUNQUEIRA

A HISTÓRIA DO MANGALARGA


PRÉ-HISTÓRIA


PEGASUS
Companheiro inseparável do Homem, o cavalo teve sua origem nas Américas. Ali se encontram todos os elos da cadeia evolutiva que vai desde o Eohippus (Cavalo da Aurora), com existência verificada há cerca de 250 milhões de anos, até o Equus Caballus, cujo desaparecimento nas Américas verificou-se ao término da 4ª. Era Glacial, há aproximadamente 150.000 anos. Como não há registros a nível de conhecimento definitivo, supõe-se que seu desaparecimento ocorreu face a cataclismas, mudanças climáticas que determinaram a diminuição ou mesmo a eliminação de alimentos, doenças parasitárias, endêmicas e outras que ocasionaram sua migração para outras regiões, vindo a reaparecer no extremo leste da Ásia, agora sem os elos da cadeia evolutiva que o antecederam.
Este aparecimento do gênero Equus sem seus antecedentes na Ásia parece justificar-se pela ligação por terra existente, na ocasião, entre o noroeste da América (Alaska) e o sudeste da Ásia (Sibéria), antes da separação destes continentes, com o surgimento  do Estreito de Behring.Esta ligação permitiu a passagem de um lado para o outro lado destes continentes. O fato é que a partir daí começaram a definir-se os diversos tipos de cavalos que vão compor as populações e raças atuais. Deste local, a leste da Ásia, deslocaram-se juntamente com os povos ali localizados, em dois movimentos: um de leste a oeste, povoando toda a Europa; e outro rumo ao sul através da Mesopotâmia, ocupando em pinça os dois lados do Mediterrâneo; isto é, o Sul da Europa até a Península Ibérica e Ilhas Britânicas, e o norte da África.
Na Europa, onde foi encontrada a maior quantidade de fósseis, nas grutas de Altamira (Espanha) e Solutré (França), divisamos o cavalo como protagonista da História da humanidade nas artes da guerra e paz, empregado tanto nas lutas e conquistas, quanto nos esportes através da corrida e equitação, paixão desde os gregos e romanos, nos tempos mais remotos. Diz a história que Calígula, o Imperador Louco, chegou a nomear senador o seu cavalo Incitatus e mandou construir para ele uma cocheira de mármore e prata.
Antes disso, na pré-história, encontramos informações sobre esta incrível figura através dos desenhos nas paredes das grutas e outras, nas civilizações dos arianos na Índia, dos chineses e japoneses no extremo oriente,dos assírios e hititas no Mediterrâneo.
O fato é que vamos encontrar dois tipos de cavalos: o ocidental no norte da Europa, mais pesado, mais forte, com olhos pequenos e pelagem mais escura, acostumado ao clima úmido das florestas, denominado Equus Robustus; e o cavalo oriental acostumado a viver nos desertos, estepes e campinas, mais leves e rápidos, chamados Equus Agilis.
A Península Ibérica já com sua população cavalar autóctone, oriunda daquele primeiro deslocamento de povos e cavalos de leste a oeste, sofreu mais tarde invasão dos celtas com seus cavalos cerca de 3.000 anos a.C., gerando o tipo ibero-céltico.

A partir do ano 712 d.C., com a invasão dos mouros e seus cavalos árabes e berberes na Península, aquele cavalo melhorado durante séculos sofreu a infusão deste generoso sangue oriental, cuja seleção sempre foi orientada pelo homem no sentido de resistir às condições climáticas difíceis, necessitando portanto de resistência e frugalidade, além da habilidade e velocidade para seus deslocamentos indispensáveis na paz e na guerra.
Era esse o cavalo existente na Península Ibérica na época dos descobrimentos e ele foi trazido pelos colonizadores durante o povoamento das Américas.
Na segunda viagem de Colombo, em 1493, há ordem expressa de Fernando e Isabel, reis de Espanha, para trazerem cavalos; o que foi feito para São Domingos. Houve reclamação pela qualidade dos cavalos (estado) por serem velhos e machucados, mas não pelo tipo racial. Assim, o cavalo chegou às Américas com os conquistadores espanhóis e a partir daí as principais conquistas espanholas nas Américas, Flórida, México, América Central, Peru e Chile, foram feitas com os cavalos criados nas Antilhas. Capitaneados por Fernando Cortez, enveredaram pelas gargantas e pelos desertos do México, provocando extraordinária manifestação de respeito nos indígenas que, por nunca terem visto antes um cavalo, acreditavam ser espanhóis e suas montarias uma coisa só, comparados a gigantescos centauros.


PRÓXIMA

INTRODUÇÃO DO CAVALO NO BRASIL


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CASA DA TORRE
Os primeiros cavalos chegaram com Martin Afonso de Souza, Duarte Coelho e, principalmente, com Tomé de Souza, primeiro governador geral.

A Chegada de Tomé de Souza ao Brasil
" Os navios de Álvares de Andrade virão. Antes é preciso fazermos uns cercados,para que possam descarregar os cavalos, porcos e outros animais que estão transportando.
A princípio o interesse dos portugueses no Brasil era apenas extrativo, não tendo eles se preocupado em estabelecer uma seleção dos animais, mas apenas uma criação rudimentar que atendesse às necessidades imediatas. Esta criação cresceu tanto numerosamente que daqui foram exportados cavalos para outras colônias portuguesas. Sem qualquer seleção, esses cavalos foram se degenerando e a criação só tomou novo impulso com a descoberta das minas de ouro.
Com a necessidade de se estabelecerem Alfândegas “Registros”, com tropas de cavalaria para combater o contrabando de ouro, surgiu o interesse pela seleção de animais.
Dois grandes latifúndios tiveram participação efetiva no início da criação de eqüinos no Brasil: a “Casa da Torre” e a “Casa da Ponte”. A primeira, uma enorme extensão territorial no interior da Bahia, ocupando parte do Piauí, Maranhão e Sergipe – fundada por Garcia D’Ávila, almoxarife e homem de confiança de Tomé de Souza, cujos domínios foram respeitados até por Maurício de Nassau e que possibilitou aos baianos ajudarem o movimento de rebeldia aos holandeses em Pernambuco. A manutenção e posse desse grande feudo voltado à pecuária exigiu o desenvolvimento da criação de cavalos e, como aqueles vindos com Thomé de Souza foram os melhores aqui aportados, não houve dificuldade em estabelecê-la.
Casa de Mauricio de Nassau



Cavalo Holandes Dutch royalty on fancy high-stepping Dutch horses

Foi por esta criação (da Casa da Torre) que os eqüinos holandeses de Pernambuco alcançaram o interior do País, passando por outra grande sesmaria ao sul, a “Casa da Ponte”, pertencente Antônio Guedes de Brito, a quem a Coroa atribuiu a incumbência de fiscalizar o norte de Minas Gerais, desde o morro do Chapéu na Chapada Diamantina até o Rio das Velhas, dando a seu proprietário o título de Regente do São Francisco
OCAVALO DO SUL
A rota de introdução de Martim Afonso de Souza partiu de São Vicente para São Paulo e daí para as Minas Gerais , a esta entrada se somaram os cavalos trazidos por Pedro de Mendonza que aportou na Argentina para fundar Buenos Aires e a de Álvaro Nunes, o cabeza de vaca, que aportou em Florianópolis e seguiu para fundar assunção no Paraguai.
Essa corrente sulina se intensificou com o bandeirismo e a abertura do caminho que partia de São Paulo para as missões e para São Pedro do Sul RGS .
Desse modo os cavalos vinham do sul para Sorocaba, em São Paulo, e daí iam para as minas onde se encontravam com os cavalos vindos da Bahia e Pernambuco .
Essa mistura de cavalos do sul com os do norte foi a base das éguas de Minas Gerais e provavelmente do CAVALO DO JUNQUEIRA.





Cidade do cabo
Em 1808, com a chegada da Família Real, a abertura dos portos e a elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal, houve um grande aumento de todas as atividades criatórias, inclusive de cavalos, não só através daqueles trazidos pelos portugueses recém-chegados, como também muitos outros vindos da Cidade do Cabo, importados por negociantes ingleses estabelecidos no Rio de Janeiro.
O Cavalo ALTER
Os cavalos portugueses, provavelmente Alter (raça de eqüinos portugueses a partir de cavalos e éguas espanholas formada na Coudelaria de Alter do Chão), não devem ser confundidos com os primitivos trazidos pelos colonizadores, também chegaram por aqui trazidos pela corte.


Alter do Chão COUDELARIA de ALTER DO CHÃO

A Coudelaria de Alter do Chão foi criada por D. João V, sendo prestigiada e melhorada por D. José I.

CIDADE DO CABO
Os cavalos da Cidade do Cabo, possessão inglesa anteriormente holandesa, provinham do cruzamento de cavalos ingleses importados para aquela colônia, com éguas holandesas ali existentes.

"Com a Corte veio o gosto pelo luxo das cavalgadas e corridas, introduzidas aqui pelos ingleses. Foram então requisitados como reprodutores animais das raças recém-chegadas: Alter e Cavalo do Cabo."

COUDELARIA REAL DE CACHOEIRA DO CAMPO
Coroando este período de grandes fatos na eqüinocultura brasileira, D. João VI criou a Coudelaria Real de Cachoeira do Campo(1819), na cidade com o mesmo nome, próxima a Ouro Preto.

PRÓXIMO

ORIGEM DO MANGALARGA

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COUDELARIA REAL DA CACHOEIRA DO CAMPO
OU
COUDELARIA DE BARBACENA
POR SER LOCAL DA MORADA DO VISCONDE DE BARBACENA
ONDE HAVIA ALÉM DO QUARTEL O PALÁCIO DOS GOVERNADORES.









QUARTEL DA CACHOEIRA
Durante o século XVIII a Coroa realizou uma série de investimentos para criar e desenvolver um corpo de cavalaria denominado “Dragões”, que culminou com a construção do Quartel dos Dragões e do Palácio dos Governadores Gerais, em 1779. Ao lado destes investimentos do Estado, os particulares também foram estimulados a fazerem suas próprias criações, não só para proveito do Estado, como também para usa daquela população que se multiplicava e enriquecia nas Minas Gerais.

Foi neste cenário, por volta de 1750, que se estabeleceu no Sul de Minas, na Fazenda Campo Alegre, em São Thomé das Letras, o português João Francisco Junqueira, natural de São Simão da Junqueira, próximo a Braga,PORTUGAL .
Poucos anos depois mudou-se para um lugarejo próximo denominado Favacho, onde construiu a casa e uma capela,na qual encontrou-se a seguinte inscrição: “Foi Benta em 1o. de Janeiro de 1761”.
1761, marco do estabelecimento dos Junqueira no Favacho, podemos considerar como o ponto de partida da criação Mangalarga.
João Francisco Junqueira teve diversos filhos, todos fazendeiros e criadores como o pai. É costume atribuir-se o título de primeiro criador ao filho mais novo do Patriarca, Gabriel Francisco Junqueira, Barão de Alfenas, pelo fato de ter sido através dele, quando Deputado do Império(1831), que o cavalo dos Junqueira chegou à Fazenda Mangalarga, onde adquiriu este nome.
Podemos facilmente imaginar o sucesso que tal empreendimento causou nas Minas Gerais, de onde irradiaram-se produtos para todas as regiões, beneficiando todas as melhores criações através de seus concorridos remates.
Com o estabelecimento da Coudelaria em 1820, os primeiros produtos foram desmamados em 1821; entre eles 2 potros e 2 potras do “cavalo do Junqueira”. Como esse cavalo procriou em 1821, já era reprodutor em 1820, devendo ter nascido antes de 1817. Portanto, antes de 1817, a Mangalarga já tinha ares de raça, com um representante sendo utilizado como reprodutor no principal núcleo de criação do País.
Os primeiros Junqueira partiram do Sul de Minas em 1812, vindo parar em Orlândia, no Estado de São Paulo, onde em 1816 estabeleceu-se, na Fazenda Invernada, um neto do Patriarca com o nome de Francisco Antonio Junqueira e na Fazenda Santo Ignácio em Morro Agudo estabeleceu-se seu cunhado, João José de Carvalho, ambos provenientes das Fazendas Favacho, em Cruzília, e Santo Ignácio, em Luminárias. Trouxeram consigo, além da família e famulagem, seus animais entre os quais o garanhão Sublime e a égua Fortuna, mãe de Fortuna I.
Voltando a Minas Gerais, por ocasião do nascimento de sua primeira filha, Francisco Antonio foi presenteado por um de seus cunhados com um potro alazão salpicado de nome Volteiro, que reproduziu apenas 2 anos por ser quase indomável, apesar de lindo, ótimo andar, resistente à toda prova. Teria sido este animal o antecedente do cavalo Alazão, um dos mais renomados reprodutores dos primeiros tempos e ainda responsável pela introdução da pelagem salpicada no Mangalarga.
Em 1833 casou-se José Frauzino Junqueira, irmão mais novo de Francisco Antonio, e como o costume era o noivo chegar a cavalo, Frauzino adquiriu de um tio de sua noiva, Carlos de Sá, na Mantiqueira, o cavalo Gregório, descendente dos Sublimes de Barbacena. O pagamento foi feito pela troca de vinte novilhas turinas, uma fortuna para a época.
Em 1840, com a saúde abalada, Francisco Antonio retornou a Minas, centro mais civilizado e de maiores recursos para tratamento, em companhia de seu filho primogênito João Francisco, da Fazenda Melancias.
Informado por seu primo Francisco de Andrade Junqueira – o ‘Chiquinho do Cafundó’ – filho do Barão de Alfenas, de que os cavalos dos Junqueira estavam muito valorizados devido a uma compra que lhes fizera um fazendeiro muito rico do Estado do Rio dono da
FAZENDA MANGALARGA
e este os teria recomendado a amigos, João Francisco adquiriu um reprodutor para refrescar a consangüinidade dos cavalos criados em São Paulo. Este esteio da raça foi Telegrama, conhecido dos antigos criadores por Telegrama Velho.

Em 1867, Francisco Marcolino Diniz Junqueira – o ‘Capitão Chico’, segundo filho de Francisco Antonio, tomou emprestado de seu amigo João Alves Gouveia, Barão de Lavras e proprietário da Fazenda Chamusca, em Carmo da Cachoeira, Minas Gerais, o reprodutor Joia, conhecido como Joia da Chamusca, fundador de um importante ramo da Mangalarga, que vem até nossos dias. O último grande chefe de raça dos Mangalarga primitivos foi Rosilho (ou Abismo), de Antonio Gabriel Junqueira, filho do Barão de Alfenas e proprietário da Fazenda Narciso, em Cruzília.
Os Junqueira sempre preservaram e distinguiram as linhagens de: Fortuna, Sublime, Gregório, Telegrama, Joia e Rosilho, devido ao fato deles descenderem de diferentes reprodutores ou mesmo de diversas linhagens de reprodutores que pertenciam à Coudelaria Real de Cachoeira do Campo ou Coudelaria de Barbacena, como era conhecida, por ter sido morada do Visconde de Barbacena.
Em Cachoeira do Campo coexistiram cavalos de raça Alter, Inglês, Frances, Alemão, Árabe e, provavelmente, do Cabo da Boa Esperança.



Os “Fortuna” eram reforçados, de crinas ásperas, corpo curto e forte, ventre desenvolvido; cavalos um tanto cilíndricos e de membros bem aprumados. Tinham contra si a cabeça pesada e o pescoço deselegante. Todos com andar elegante e resistência à toda prova.
A linhagem “Sublime”era proveniente da Coudelaria de “Barbacena”, da qual João Francisco “das Melancias” tinha uma égua preta que muito estimava e dizia sempre ser filha do Sublime, cavalo de seu falecido pai. Esta égua foi mãe de Rio Branco.
Gregório era tordilho, crinas claras, descendente dos “Sublime” de Barbacena. Seus filhos eram elegantes, de pescoço comprido, pêlos muito finos e crinas transparentes. Entre seus descendentes, dois levaram o nome de Cisne, devido ao pescoço elegante.
Os “Telegrama”eram marchadores, não tão carnudos como os “Fortuna”, cabeça fina, crina e cauda com pouco cabelo macio, de garupa plana e grande velocidade, muito usados como cavalos de silhão .
Os “Joia”eram escorreitos, impecáveis na forma, pescoço altaneiro, olhos vivos, cabeça pequena, porém menos seca que os “Telegrama” e os “Gregório”, ágeis e velozes; mas como os “Fortuna”, eram rebeldes. Os “Joia” foram célebres cavalos de corrida e de caçada.
Os “Rosilho” tinham a mesma origem e tipo dos “Telegrama”, porque seus criadores eram irmãos e vizinhos. De Rosilho (ou Abismo), descendem a maioria dos representantes da raça de marchadores e da raça Mangalarga.

ESQUEMA DAS ORIGENS DO CAVALO MANGALARGA

1) CAVALO DA PENÍNSULA IBERICA
+ CAVALO DOS MOUROS E ÁRABES
=CAVALO DO CONQUISTADOR

2) CAVALO DO CONQUISTADOR, VINDO DO NORTE.
CAVALO DO CONQUISTADOR TOMÉ DE SOUZA
+CAVALO HOLANDÊS
=CAVALO DO SERTÃO DO SÃO FRANCISCO (NORDESTE)

3) CAVALO D CONQUISTADOR, VINDO DO SUL.
CAVALO DE MARTIN AFONSO DE SOUZA (PIRATININGANO)
+CAVALO DE ÁLVAR NÚÑES CABEZA DE VACA
+CAVALO DE PEDRO DE MENDOZA
= CAVALO DOS TROPEIROS (CAVALO SULINO)

4)CAVALO DE MINAS GERAIS =
CAVALO DO SERTÃO DO SÃO FRANCISCO (NORDESTE)
+ CAVALO DOS TROPEIROS (CAVALO SULINO)
=CAVALO DE MINAS GERAIS (BASES DO CAVALO DO JUNQUEIRA)

5) CAVALO DA CORTE E DA ABERTURA DOS PORTOS
= CAVALO ALTER
+ CAVALO DA CIDADE DO CABO
(CAVALO INGLÊS DE CORRIDAS + CAVALO HOLANDÊS)

6) CAVALO DO BRASIL NA ÉPOCA DE D. JOÃO (RIO E MINAS GERAIS)
= CAVALO DE MINAS GERAIS+ CAVALO ALTER+ CAVALO DA CIDADE DO CABO

7) CAVALOS DA COUDELARIA REAL DA CACHOEIRA DO CAMPO:
=REPRODUTORES DE VÁRIAS ORIGENS (PORTUGUÊS, FRANCÊS, ÁRABE ALEMÃO,O CAVALO DO JUNQUEIRA E O CAVALO DO CABO DA BOA ESPERANÇA)

8) CAVALO MANGALARGA
=
CAVALO DO JUNQUEIRA + CAVALO DO BRASIL NA ÉPOCA DE D. JOÃO +
VÁRIOS REPRODUTORES ESTRANGEIROS ORIGINÁRIOS DA COUDELARIA REAL DA CACHOEIRA DO CAMPO.




CAPELA DO FAVACHO
Adélia D. Junqueira Bastos , José Mário Junqueira de Azevedo , GeraldoD. J. Filho e
Maria Sylvia A.B.D.J.
FAZENDA FAVACHO
PRÓXIMO

O MANGALARGA EM SÃO PAULO



Fazenda Invernada(colorida)
FAZENDA INVERNADA
Aquela marcha picada, batida, ao passo esquipado, tão úteis nas grandes caminhadas, nas montanhas e terrenos acidentados de Minas Gerais, onde nos seus campos limpos, de fácil visão e audição, a caçada ao veado – esporte favorito da época – podia-se acompanhar nesta toada, foi modificada com a vinda dos primeiros criadores para São Paulo.
capitão  Chico e Piano
As terras planas da Mogiana e a vegetação do cerrado obrigaram o criador a selecionar animais bons galopadores e, em conseqüência desta seleção, o andar do Mangalarga evoluiu para marcha trotada.O grande artífice desta formidável evolução foi, sem dúvida, Francisco Marcolino Diniz Junqueira – o “Capitão Chico” – trabalhador obstinado, fazendeiro entusiasmado e evoluído, caçador infatigável e insuperado, e, sobretudo, apaixonado incondicional por sua criação de cavalos.Homem de espírito empreendedor, “Capitão Chico“ conseguiu um desenvolvimento notável em todas suas propriedades e criações. Relacionou-se em todo o Estado com as mais eminentes pessoas e constituiu um patrimônio tal que, junto com seus descendentes, liderou a implantação do café na região. O progresso possibilitou o conhecimento de outros países e outras raças de cavalos que o “Capitão Chico“ e sua família não mediam esforços em testar e confrontar com os de sua própria criação; mas não os utilizou em linhagem masculina por revelarem-se inferiores aos seus, em nossas condições.Em toda criação feita com orientação, determinação e perseverança, nascem, de tempos em tempos, indivíduos proeminentes, capazes de marcar toda uma raça. Na Mangalarga também foi assim. E, esse agente que transformou totalmente a raça Mangalarga foi COLORADO.Linhagem paterna dos “Fortuna”, filho de Fortuna V, Colorado também descendia de Telegrama, Gregório, Joia da Chamusca, Sublime e Alazão, trazendo em si a mais nobre herança da Mangalarga que veio engrandecer as raças nacionais. Em 1917, no Rio de Janeiro, Colorado foi Campeão de Todas as Raças Nacionais; e deixou em seus inúmeros descendentes a correção impecável de suas formas e a marca indelével de sua presença: a pelagem “alazã”, até então muito rara e que hoje é a marca registrada da raça Mangalarga.Podemos dizer, com toda segurança, que a totalidade da raça descende de Colorado, o alazão bronzeado com listra na testa e pé direito branco, crioulo de um dos mais importantes criadores, o Coronel Francisco Orlando, fundador da cidade de Orlândia e filho do “Capitão Chico“.
Saturno
Orientados pelo zootecnista Paulo Lima Corrêa, que em 1928 sugeriu no seu livro “A Criação do Cavalo” as bases da caracterização do Mangalarga, e inspirados no trabalho do zootecnista argentino Emílio Solanet, que lançou as bases do cavalo CRIOULO ARGENTINO, os criadores Dr. Celso Torquato Junqueira e Renato Junqueira Netto reuniram um grupo de criadores que doaram 15 éguas à Estação Experimental de Sertãozinho para que fossem iniciados os estudos técnicos sobre a raça Mangalarga e posteriormente estabeleceram-se as bases de sua seleção.Em 25 de setembro de 1934 foi fundado o Registro Genealógico do Cavalo Mangalarga em São Paulo e eleita sua primeira diretoria. Foi constituída a Comissão Julgadora para selecionar os animais a serem aceitos no Livro Aberto. Todos os criadores podiam requerer o exame de seus animais e, se preenchessem as exigências para registro, seriam inscritos no Livro. O recebimento de animais em Livro Aberto encerrou-se em 31 de Dezembro de 1943, com o registro em Livro Fechado, onde só seriam admitidos filhos de pais registrados. Esta providência, bastante questionada por muitos que a julgaram precipitada, foi que ocasionou a criação da Associação dos Criadores dos Cavalos Marchadores da Raça Mangalarga, para que aqueles criadores possuidores de animais em condições de registro no Livro Aberto, mas que por qualquer motivo não o fizeram, pudessem optar por um outro registro.A alegada diferença de andares não se justifica, uma vez que, a princípio a Associação de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga admitia a marcha em três tempos e, só a retirou do padrão por uma interferência indevida do Ministério da Agricultura, pressionado por criadores da nova raça que queriam exclusividade no andamento.

FRANCISCO ORLANDO, SEU CAVALO COLORADO E SUA FAZENDA BOA VISTA
PRÓXIMO

UMA RAÇA DE SELA E A REAL PUREZA RACIAL

SATURNO


“A História serve para construirmos o futuro e não para vivermos o passado.”

É habitual entender-se como puro o animal com pais registrados e suas ascendências conhecidas. Embora estas exigências sejam indispensáveis, estão longe de serem suficientes para caracterizar um verdadeiro puro sangue.
A uniformidade das características raciais e a capacidade de transmiti-las aos descendentes é o principal, e mais importante, atestado de pureza racial.
A prepotência reprodutiva, ao contrário de que alguns criadores principiantes imaginam, provém de um extremamente lento processo de depuração, unicamente alcançado com o tempo, paciência, obstinação e firmeza de conceitos. As iniciativas transgressoras deste processo sempre resultam em fracasso e, para isso, bastam apenas três gerações.
A formação de uma raça sempre antecede seus registros e os técnicos.
São as necessidades, os interesses afins, a submissão ao mesmo ambiente e, principalmente, um longo tempo que fazem sobressair os caracteres favoráveis, que justificam tal raça. Indivíduos semelhantes, reproduzindo-se em descendentes com as mesmas características dos pais, é que constituem a verdadeira pureza.
Embora desejável em cavalos de sela, sabemos que a identidade é impossível; mas a importância do brilho, do caráter, da vontade, da nobreza e da individualidade, assim como um padrão mínimo de comportamento, morfologia e competência são, sem dúvida, fundamentais.
A seleção deve ser uniforme e constante. Maus indivíduos com ótimos pedigrees não pertencem, de forma alguma, à raça; são apenas segregações sem qualquer afinidade com os bons.
O selecionador deve ter em mente que a competência molda as formas e o tipo médio do grupo não encerra somente as qualidades físicas desejáveis, mas também as morais indispensáveis. Não se pode mudar profundamente a morfologia de uma raça, de uma hora para a outra, sem perdas lastimáveis em todos os sentidos.
Enfatizamos ainda a importância das qualidades morais que nos cavalos, diferentemente dos outros ramos da zootecnia, são fundamentais.
Vontade, obediência, destreza, agilidade são indissociáveis do cavalo de sela.
Ao cultivar-se uma raça, é indispensável a resposta às seguintes perguntas:
Encerra o grupo qualidades tantas que justifiquem o estabelecimento da raça?
Estas qualidades são tantas que a simples preservação garantirá sua sucessão?
O universo dos indivíduos catalogados é suficiente para garantir sua continuidade?
Se houver necessidade de fazê-la evoluir, encontra-se no meio variabilidade que a permita?
E à pergunta principal: que qualidades definem realmente a raça? Qual o padrão da raça?
A Mangalarga tem e sempre teve tudo para figurar com destaque ímpar entre as raças nacionais, da nobreza indiscutível de seus formadores, aos métodos práticos implacáveis de sua antiga e tradicional seleção.
Mas, para continuar a merecer prestígio, toda seleção tem que manter a busca constante da melhoria e conhecer sua história e sua origem é, no mínimo, indispensável para enfrentar-se esta missão.



DANILO

Geraldo, Flávio e Carmem em Alter



FIM

RESUMO da História

Mais dados para comprovar esta História
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