A criação Aga Khan
NA FOTO: ZARKAVA GANHADORA DO ARCO DO TRIUNFO 2008
LINHA BAIXA DE Petite Etoile
ZARKAVA
PHOTO : DA Galeria de kanzebu CONHEÇA ESTA GALERIA!
A criação Aga Khan e a semana do Arco
Mas a vitória de Sea The Stars não foi a única
coisa boa do domingo, 4 de outubro. Tão espetacular
quanto, foram as 7 vitórias de Grupo alcançadas
pela criação Aga Khan (entre as quais 5 de Grupo I)
entre sábado, 3, e domingo, 4. Ganhou tudo o que
correu, à exceção do Prix de l’Arc. Este não é um
fato que pode ser reputado como comum na história
da criação do puro-sangue inglês em qualquer tempo.
De todos os triunfos, o mais significativo foi ver
uma potranca tordilha de 2 anos, treinada por Alain
de Royer-Dupré, 420 quilos, ainda totalmente
inexperiente, totalmente “bebê”, apresentada apenas
pela segunda vez, largar mal, e, ainda assim,
literalmente brincar com suas adversárias –
reputadas as melhores juvenis da Europa – nos 1.600
metros do Prix Marcel Boussac, Criterium de
Potrancas, disputado na difícil e seletiva “pista média”
de Longchamp. Seu nome? Rosanara. Filha de quem?
De um certo Sinndar (esse mesmo que está aí,
temporariamente entre nós, em São Paulo, para
cobrir na temporada sul-americana).
Embora raríssimo, o feito dos animais Aga Khan
– hoje, sem dúvida, o maior criador do mundo – está
ancorado em realidades concretas. No final da década
de 1970, Son Altesse comprou todos os animais da
criação Dupré e Boussac. Alguns, à época,
pretenderam que ele estava adquirindo o passado e
não o futuro, esquecendo-se de que, nesta
atividade, o presente vive do passado, e está
ancorado nele...
Há 4 anos atrás, com a morte de Jean-Luc
Lagardère, novamente repetiu-se o fenômeno: o
Aga Khan adquiriu todo o estoque genético
judiciosamente construído ao longo de anos pelo
ex-presidente da France Galop.
Os resultados não se fizeram esperar. A partir
do fantástico estoque genético de Marcel Boussac,
foi possível criar obras-primas como Darshaan, um
dos melhores pais (Dalakhani que o diga...) e um dos
maiores avós maternos da história recente do turfe
mundial, mais o próprio Sinndar. Das linhas maternas
Lagardère, descendem Varenar, Syouni, e Rosanara.
Um bom resumo do que é hoje a criação Aga
Khan poderia ser escrito da seguinte forma: ela está
construída, há mais de um século, em cima dos
pressupostos da confiança e da paciência. Nela,
não há nunca espaço para os modismos de ocasião.
Tudo é feito e pensado para privilegiar a durabilidade
e o avanço. É uma espécie de “inércia positiva”, um
trem que avança lentamente, mas sem cessar,
utilizando a melhor e mais confiável mão-de-obra
que o dinheiro pode comprar.
A equipe que decide os cruzamentos, formada
em sua maioria pelos veterinários dos haras, é
excelente; os dois principais treinadores são pessoas
competentes, calmas e confiáveis (vide Alain de
Royer-Dupré, na França, e John Oxx, na Irlanda);
ninguém é dado a ataques de estrelismo; todos
trocam informações permanentemente, e remam
numa só direção; e a postura do conjunto é absoluta
e totalmente profissional. Ganhando ou perdendo,
eles não mudam. E ninguém é cobrado por não
conseguir o impossível.
Junte-se a isso uma tradição de mais de 5
gerações (2 delas ainda na Índia) na criação do
cavalo de corridas, e o resultado não poderia ser
diferente.
TEXO DE : Sergio Barcellos
PARA : APFT
ZARKAVA
PHOTO : DA Galeria de kanzebu CONHEÇA ESTA GALERIA!
A criação Aga Khan e a semana do Arco
Mas a vitória de Sea The Stars não foi a única
coisa boa do domingo, 4 de outubro. Tão espetacular
quanto, foram as 7 vitórias de Grupo alcançadas
pela criação Aga Khan (entre as quais 5 de Grupo I)
entre sábado, 3, e domingo, 4. Ganhou tudo o que
correu, à exceção do Prix de l’Arc. Este não é um
fato que pode ser reputado como comum na história
da criação do puro-sangue inglês em qualquer tempo.
De todos os triunfos, o mais significativo foi ver
uma potranca tordilha de 2 anos, treinada por Alain
de Royer-Dupré, 420 quilos, ainda totalmente
inexperiente, totalmente “bebê”, apresentada apenas
pela segunda vez, largar mal, e, ainda assim,
literalmente brincar com suas adversárias –
reputadas as melhores juvenis da Europa – nos 1.600
metros do Prix Marcel Boussac, Criterium de
Potrancas, disputado na difícil e seletiva “pista média”
de Longchamp. Seu nome? Rosanara. Filha de quem?
De um certo Sinndar (esse mesmo que está aí,
temporariamente entre nós, em São Paulo, para
cobrir na temporada sul-americana).
Embora raríssimo, o feito dos animais Aga Khan
– hoje, sem dúvida, o maior criador do mundo – está
ancorado em realidades concretas. No final da década
de 1970, Son Altesse comprou todos os animais da
criação Dupré e Boussac. Alguns, à época,
pretenderam que ele estava adquirindo o passado e
não o futuro, esquecendo-se de que, nesta
atividade, o presente vive do passado, e está
ancorado nele...
Há 4 anos atrás, com a morte de Jean-Luc
Lagardère, novamente repetiu-se o fenômeno: o
Aga Khan adquiriu todo o estoque genético
judiciosamente construído ao longo de anos pelo
ex-presidente da France Galop.
Os resultados não se fizeram esperar. A partir
do fantástico estoque genético de Marcel Boussac,
foi possível criar obras-primas como Darshaan, um
dos melhores pais (Dalakhani que o diga...) e um dos
maiores avós maternos da história recente do turfe
mundial, mais o próprio Sinndar. Das linhas maternas
Lagardère, descendem Varenar, Syouni, e Rosanara.
Um bom resumo do que é hoje a criação Aga
Khan poderia ser escrito da seguinte forma: ela está
construída, há mais de um século, em cima dos
pressupostos da confiança e da paciência. Nela,
não há nunca espaço para os modismos de ocasião.
Tudo é feito e pensado para privilegiar a durabilidade
e o avanço. É uma espécie de “inércia positiva”, um
trem que avança lentamente, mas sem cessar,
utilizando a melhor e mais confiável mão-de-obra
que o dinheiro pode comprar.
A equipe que decide os cruzamentos, formada
em sua maioria pelos veterinários dos haras, é
excelente; os dois principais treinadores são pessoas
competentes, calmas e confiáveis (vide Alain de
Royer-Dupré, na França, e John Oxx, na Irlanda);
ninguém é dado a ataques de estrelismo; todos
trocam informações permanentemente, e remam
numa só direção; e a postura do conjunto é absoluta
e totalmente profissional. Ganhando ou perdendo,
eles não mudam. E ninguém é cobrado por não
conseguir o impossível.
Junte-se a isso uma tradição de mais de 5
gerações (2 delas ainda na Índia) na criação do
cavalo de corridas, e o resultado não poderia ser
diferente.
TEXO DE : Sergio Barcellos
PARA : APFT
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