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segunda-feira, 5 de novembro de 2007

COLORADO O PILAR DA RAÇA



Em todas as criações desenvolvidas, de forma orientada com determinação e perseverança, de tempos em tempos nascem indivíduos proeminentes, que acabam por marcar e transmitir suas qualidades para todos os descendentes.
São como uma espécie de divisor de águas entre os resultados atingidos ate então, e aqueles registrados após o seu aparecimento. No caso da raça Mangalarga, este individuo prepotente, que transformou totalmente o perfil da criação e seus produtos, foi Colorado. Nascido em 1912, na fazenda Boa Vista, em Orlândia, de propriedade do Cel. Chico Orlando. Colorado era um alazão bronzeado, com listras na testa, pé direito branco até o meio da canela e respingos na garupa, com 1,54m de altura na cernelha, filho de Fortuna V(Fortuna IV em Braceira), em Prenda (Monte Negro em Penitência), portanto, de linhagem masculina direta dos Fortuna, embora trouxesse na ascendência Telegrama, Gregório, Jóia da Chamusca e Sublime.Trazia toda a mais nobre herança do cavalo Mangalarga de quase um século anterior ao seu nascimento( VEJA O PEDIGREE de COLORADO).
Fausto Simões, criador e emérito Hipólogo, em seu livro “Mangalarga e o cavalo de sela brasileiro”, referiu-se a Colorado como um notável garanhão que, “não só estereotipou como cinzelou o Mangalarga que hoje conhecemos. Legou à raça o seu típico andamento, assim como a predominância atual da pelagem alazã”, até então muito rara hoje marca registrada da raça. Ele foi, com certeza, o seu mais completo representante com produção excelente e homogênea. Era de marcha trotada, muito ágil e elegante.Sem dúvida, o nome de maior influência nos modernos pedigrees da raça e, com toda segurança pode-se afirmar que Colorado engrandeceu enormemente as raças nacionais de eqüinos. Foi eleito Campeão das Raças Nacionais, no Rio de Janeiro, mesmo antes de qualquer outro estudo genealógico e morfológico ser oficializado.
Considerado o mais importante pilar da raça, Colorado foi responsável por outros reprodutores extremamente importantes, bem como por célebres matrizes, esteios da modernidade da criação. Além de Campeão (em Queimada); e Sul Americano (em Falua) – não registrado – produziu outros grandes raçadores de importância fundamental – todos eles registrados: Burity (em princesa); Astuto (em falua); Oder (em Sentida); Succo (em Cigana); Legitimo (em cabeção); e Pensamento (em Fantasia).
Entre estes reprodutores, dois deles merecem especial atenção: Astuto e Pensamento.
Astuto, tornar-se-ia pai, entre outros, de mais um dos principais pilares da raça Mangalarga moderna, surgidos depois de Colorado: Sheik, filho de Minuta (irmã própria de Pensamento), nascido em 1943 na fazenda Santa Genoveva, em Orlândia, de propriedade de João Francisco Diniz Junqueira, filho do cel. Chico Orlando; Sheik consagrou-se por seus filhos: Whisky, Níquel, Paladino, Tibério, Marimbo, e Chapéu JO, além das éguas Narceja, Ressaca, Siriema, Traviata, fada e Poltrona.
Além de Sheik, Astuto também produziu Aurora, fêmea de excepcionais qualidades e mãe do notável Fogo, de criação de José Rui de Lima Azevedo e propriedade de Rubens Novaes, que deixou como descendentes Enigma, Marengo, farrapo RN e o bicampeão de provas funcionais, Comanche RN.
Quanto a Pensamento, além de animal de exceção, considerado um dos principais pilares da raça moderna – consagrado inclusive como Campeão Cavalo na 6º Exposição de Animais de São Paulo, em 1937 – foi também grande reprodutor, pai de garanhões. Nascido em 1932, ele já havia sido comprado por José Oswaldo Junqueira, da fazenda santa Amélia, em São José do Rio Pardo, SP, quando ainda estava no ventre de sua mãe, fantasia, de propriedade do mesmo João Francisco Diniz Junqueira, iniciador de linhagem, que leva seu nome. Pensamento produziu animais como Baluarte, Maxixe, Samba e Abaré, todos eles campeões nas pistas em que foram julgados. Maxixe, Por exemplo, que nasceu em outubro de 1944 (Pensamento em Valsa, esta filha do próprio Pensamento), foi adquirido de José Oswaldo Junqueira por José Floriano Esteves Martins cerca de 30 filhos, destacando-se Durando FS, Flamengo, Prelúdio-Flori e Pensamento-Fori. Por sua vez, Abaré produziu Gigante JO (em Índia JO) simplesmente Campeão Nacional de todas as Raças na Exposição Nacional de eqüídeos de Porto Alegre, RS, em 1966, entre outros prêmios. Nascido em 1958, Gigante JO deixou filhos de excepcionais qualidades, como Urucum JO, Cocar JO, Folião JO, Curió JO e Turbante JO, esse ultimo, grande reprodutor da raça na atualidade.
Como se pode ver, Colorado, realmente foi o responsável direto pelo desenvolvimento e modernização da raça Mangalarga atual. Seus descendentes deram continuidades às suas qualidades dominantes e possibilitaram ao cavalo da raça nacional chegar cada vez mais próximo do ideal da sela. Hoje, é possível encontrar, na genealogia de qualquer animal, a presença de alguns dessses enumerados, a exemplo de Colorado, nas suas ascendências mais distantes.

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