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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

UMA RAÇA DE SELA E A REAL PUREZA RACIAL

SATURNO


“A História serve para construirmos o futuro e não para vivermos o passado.”

É habitual entender-se como puro o animal com pais registrados e suas ascendências conhecidas. Embora estas exigências sejam indispensáveis, estão longe de serem suficientes para caracterizar um verdadeiro puro sangue.
A uniformidade das características raciais e a capacidade de transmiti-las aos descendentes é o principal, e mais importante, atestado de pureza racial.
A prepotência reprodutiva, ao contrário de que alguns criadores principiantes imaginam, provém de um extremamente lento processo de depuração, unicamente alcançado com o tempo, paciência, obstinação e firmeza de conceitos. As iniciativas transgressoras deste processo sempre resultam em fracasso e, para isso, bastam apenas três gerações.
A formação de uma raça sempre antecede seus registros e os técnicos.
São as necessidades, os interesses afins, a submissão ao mesmo ambiente e, principalmente, um longo tempo que fazem sobressair os caracteres favoráveis, que justificam tal raça. Indivíduos semelhantes, reproduzindo-se em descendentes com as mesmas características dos pais, é que constituem a verdadeira pureza.
Embora desejável em cavalos de sela, sabemos que a identidade é impossível; mas a importância do brilho, do caráter, da vontade, da nobreza e da individualidade, assim como um padrão mínimo de comportamento, morfologia e competência são, sem dúvida, fundamentais.
A seleção deve ser uniforme e constante. Maus indivíduos com ótimos pedigrees não pertencem, de forma alguma, à raça; são apenas segregações sem qualquer afinidade com os bons.
O selecionador deve ter em mente que a competência molda as formas e o tipo médio do grupo não encerra somente as qualidades físicas desejáveis, mas também as morais indispensáveis. Não se pode mudar profundamente a morfologia de uma raça, de uma hora para a outra, sem perdas lastimáveis em todos os sentidos.
Enfatizamos ainda a importância das qualidades morais que nos cavalos, diferentemente dos outros ramos da zootecnia, são fundamentais.
Vontade, obediência, destreza, agilidade são indissociáveis do cavalo de sela.
Ao cultivar-se uma raça, é indispensável a resposta às seguintes perguntas:
Encerra o grupo qualidades tantas que justifiquem o estabelecimento da raça?
Estas qualidades são tantas que a simples preservação garantirá sua sucessão?
O universo dos indivíduos catalogados é suficiente para garantir sua continuidade?
Se houver necessidade de fazê-la evoluir, encontra-se no meio variabilidade que a permita?
E à pergunta principal: que qualidades definem realmente a raça? Qual o padrão da raça?
A Mangalarga tem e sempre teve tudo para figurar com destaque ímpar entre as raças nacionais, da nobreza indiscutível de seus formadores, aos métodos práticos implacáveis de sua antiga e tradicional seleção.
Mas, para continuar a merecer prestígio, toda seleção tem que manter a busca constante da melhoria e conhecer sua história e sua origem é, no mínimo, indispensável para enfrentar-se esta missão.



DANILO

Geraldo, Flávio e Carmem em Alter



FIM

RESUMO da História

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VEJA A CONTINUAÇÃO :




8 comentários:

Anônimo disse...

Espetacular!!!A cada nova postagem vamos descobrindo mais sobre a história da nossa raça e de nosso país. Esse blog do jeito que vai, será tombado pelo patrimonio histórico... É realmente, uma grande contribuição para a raça e para a o resgate da história nacional. Já sou fã assiduo, acho que deveria ser mais divulgado para outras pessoas terem a mesma oportunidade de contato com todo esse conteúdo, principalmente novos criadores como eu!!! Parabéns!!! Luiz

Gilberto Diniz Junqueira disse...

Obrigado Luiz
vc pode ter certeza que o maior interesse nosso é fazer com que todo mundo conheça a nossa história e valorize o mangalarga.
Não tenho interesse meramente comercial ou de auto promoção.
É paixão pelo mangalarga mesmo.

Ricardo Imbassahy disse...

A magistral obra do Raul, Raízes Mangalarga, nos mostra, em fotos, que a raça sempre apresentou na sua evolução no tempo uma razoável diversidade em seu fenótipo e consequentemente em seu genótipo, diversidade essa que teve sua origem nos aportes de sangue exótico sobre aquela base ancestral oriunda do sul de Minas Gerais. Infusões essas anteriores ao próprio entendimento da raça mangalarga como raça, não me cabe aqui considerar se houve ou não aportes modernos de outros sangues, prefiro entender que não, já que considero ilógico alguém que queira se intitular criador promover mestiçagem em vez de seleção em seu plantel. Quero acreditar que num determinado momento familias dentro do mangalarga que possuíam uma maior concentração daquele sangue exótico, faço questão de ressaltar, anteriores a homologação da raça, se tornaram mais "valorizadas" por diversas razões e ocorreu a predominância de um determinado tipo e que por questões naturais de morfologia, que são hereditárias, aconteceu um desvio acentuado em função, seguramente houve evolução em tipo e morfologia, mas também houve com o excesso de consanguinidade desses animais uma perda de andamento e um aporte indesejável de altura para o que pode ser considerado um cavalo funcional. Esse é o ponto crucial que a associação tem que resolver, ou mantém a condução da raça a um tipo de cavalo de exposição apenas alto e bonito, mas sem função, ou retorna urgentemente a um tipo mais funcional mas evidentemente não abrindo mão de grandes conquistas em tipo que inegávelmente foram obtidas.

Gilberto Diniz Junqueira disse...

É bem provável que tenha sido isso mesmo ricardo.
Seu diagnóstico está certo e a solução tb .
caso o cavalo continue submetido a mesma pressão de seleção e para os mesmos objetivos e com provas que autentiquem isso, ele voltará a ter as qualidades boas do cavalo original talvez até melhor.
mas para isso precisa orientação e provas

Ricardo Imbassahy disse...

O que aconteceu num passado recente foi a utilização de conceitos zootécnicos equivocados, por influência que nós sabemos a quem de responsabilidade, que conduziram a raça ao limite no qual se encontra hoje. Mas em contrapartida é muito bom saber que assim como vocês aí de Orlândia existem outros criadores da "velha guarda" em Colina, Lins e por esse sertão paulista que lamentávelmente não são conhecidos da mídia por justamente não irem para as exposições por não concordarem com o ponto em que se chegou. Vocês são a resistência do mangalarga, são em vocês que repousa a possibilidade de se colocar o mangalarga nóvamente nos trilhos. Existe algo mais bonito que ver um Argentino, um Buriti, um Formigão, um Ventaneiro? Impossível... e o Galante M? Animais marchadores, funcionais, com altura correta e LINDOS! Quando navego na net e vejo a TV Mangalarga só vejo as mesmas linhas de sangue, parece que a raça se move em torno de uma parcela dela mesma e parcela essa de "haras"! O mangalarga não é cavalo de haras, é cavalo de trabalho, é cavalo de fazenda, haras é para puro-sangue de corrida, o cavalo nasce numa propriedade que é uma indústria fim, se desenvolve, vai para leilão e daí para os hipódromos, se tiver méritos volta para o haras. O mangalarga tem que nascer em fazenda, ir para a lida, ser marchador... é outra filosofia, mas enfim... Que bom que vocês resistam!

Unknown disse...

Andre Antoniazzi. Sao Paulo
Parabens!!! A cada dia que procuro me informar mais sobre a raça aumenta a minha vontade de cria-la, encontro perolas como esta que me fazem com certeza aumentar minha paixao pelo mangalarga. Espero em breve estar fazendo parte desta comunidade que alem de adorar cavalos busca uma interaçao, e com certeza mais oportunidades para quem quer iniciar e uma maoir popularizaçao e acessibilidade para novos criadores.

Gilberto Diniz Junqueira disse...

obrigado andré,gostei muito de suas palavra, vc é parente do fernando antoniazi?
um amigo meu e que teve mangalargas mas depois foi para o árabe?

estou tentando com esse blog mostrar que ainda se pode ter uma noção geral da raça e que nem tudo se resume a turbante.
e que esse esforço será importante para o nosso futuro como raça e para a diversidade importantissima.
caso contrário continuaremos perdendo bons criadores para outras raças

Unknown disse...

Ola Gilberto, a familia Antoniazzi e' muito grande talves possamos ser parente sim principalmente se ele for da regiao de Valinhos, qualquer coisa estou a disposiçao, abraço